O lema do dia? Dois por um! Com uma visita à Cockatoo Island fiquei a conhecer a ilha e vi mais um pouco da Bienal de Sydney. E desta vez não houve surpresas temporais. Acordei com sol, saí de casa com sol, passeei com sol e regressei com sol. A temperatura era amena, ideal para andar na rua.
Apanhei o comboio até Circular Quay e depois o ferry, especialmente criado para a Bienal. A viagem de 15 minutos foi tranquila, apesar dos balanços que devem ter mexido um pouco com os estômagos mais sensíveis. Depois de ter atravessado a Harbour Bridge de carro e a pé, hoje passei por baixo.
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O centro financeiro de Sydney em pano de fundo |
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Passar por baixo da Harbour Bridge foi uma estreia |
Património mundial de UNESCO desde 2010, a Cockatoo Island é a maior ilha do porto de Sydney. Entre 1839 e 1870, funcionou como estabelecimento penal para os condenados que tinham voltado a cometer crimes na colónia. Entre 1850 e 1870, a ilha transformou-se num estaleiro naval, com recurso à mão-de-obra dos condenados para erguer as infra-estruturas e trabalhar nelas. Depois da saída dos presos da ilha (1870-1880) foi feita uma forte aposta na indústria naval, que permitiu à ilha ser reconhecida como o estaleiro da marinha da Commonwealth em 1913.
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Em tempos foi o maior e mais importante estaleiro da Commonwealth |
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Hoje é um dos palcos da 19.ª Bienal de Sydney |
Durante a II GGM, assumiu-se como o maior estaleiro em todo o Sudoeste do Pacífico. Seguiram-se tempos áureos com a construção de submarinos e barcos de guerra. Até que em 1992, o estaleiro fechou, venderam-se as máquinas e demoliram-se pavilhões. Era o fim de um ciclo. Após 10 anos de abandono, o Sydney Harbour Federation Trust assumiu o comando e deu início a uma profunda e gigante recuperação que culminou com a abertura ao público da Cockatoo Island em 2007. Hoje é possível visitar algumas desses edifícios restaurados e ter uma ideia de como era a vida nesses tempos. A ilha tornou-se um ponto de atracção turística e quem quiser até pode pernoitar, alugando uma das tendas disponíveis ou um apartamento.
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Os tempos áureos da II GGM |
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Uma cábula na lição de História |
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Marcas do passado |
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Tão perto e tão longe |
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Uma sala de aula ao ar livre |
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Tendas para quem quiser acampar na ilha |
Ao mesmo tempo que ia aprendendo mais sobre a história da ilha, fui vendo as obras da Bienal de Sydney. Duas realidades tão distintas. O passado e o contemporâneo ali, lado a lado, unidos pela arte. Somos esmagados pela dimensão física dos espaços e até das próprias criações. Tudo nos parece ampliado. Estamos 'presos' na ilha e cada um faz o seu percurso. O silêncio só é quebrado pelo barulho das gaivotas mas até elas se calam a partir de um determinado momento. Quanto à bienal em si, gostei de uns, não percebi o objectivo de outros, diverti-me com alguns. Já todos sabemos que a arte é subjectiva.
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Lado a lado |
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No mesmo espaço convivem duas realidades tão diferentes |
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Tamanho XXL |
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A arte não é para perceber... |
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Somos mesmo pequeninos |
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O comboio da GOOGLE |
Em nota de rodapé fica a explicação que devia ter vindo logo no início do post. Cockatoo Island porque a ilha era o habitat de muitas catatuas de crista amarela. Curiosamente, não vi nenhuma por lá...
See you soon!
Uma lição de história apresentada não de uma forma "condensada" mas, como sempre fazes tão bem, retirando o essencial (por vezes o mais simples), com uma opinião não muito marcada, mas que traduz o teu sentimento. Claro que a qualidade as fotos ajuda o leitor a viajar e compreender melhor o que descreves. Gostei particularmente da foto da Bienal de Sidney: "YOU CAN CREATE WHAT YOU WILL", tantos pormenores em volta: as gaivotas, o verde, o carrinho de bebé (?), a google...
ResponderEliminarAdoro estes momentos em que passeio contigo, mesmo estando deste outro lado do Mundo.