quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cockatoo Island

O lema do dia? Dois por um! Com uma visita à Cockatoo Island fiquei a conhecer a ilha e vi mais um pouco da Bienal de Sydney. E desta vez não houve surpresas temporais. Acordei com sol, saí de casa com sol, passeei com sol e regressei com sol. A temperatura era amena, ideal para andar na rua.  
Apanhei o comboio até Circular Quay e depois o ferry, especialmente criado para a Bienal. A viagem de 15 minutos foi tranquila, apesar dos balanços que devem ter mexido um pouco com os estômagos mais sensíveis. Depois de ter atravessado a Harbour Bridge de carro e a pé, hoje passei por baixo.

O centro financeiro de Sydney em pano de fundo

Passar por baixo da Harbour Bridge foi uma estreia

Património mundial de UNESCO desde 2010, a Cockatoo Island é a maior ilha do porto de Sydney. Entre 1839 e 1870, funcionou como estabelecimento penal para os condenados que tinham voltado a cometer crimes na colónia. Entre 1850 e 1870, a ilha transformou-se num estaleiro naval, com recurso à mão-de-obra dos condenados para erguer as infra-estruturas e trabalhar nelas. Depois da saída dos presos da ilha (1870-1880) foi feita uma forte aposta na indústria naval, que permitiu à ilha ser reconhecida como o estaleiro da marinha da Commonwealth em 1913. 

Em tempos foi o maior e mais importante estaleiro da Commonwealth
Hoje é um dos palcos da 19.ª Bienal de Sydney

Durante a II GGM, assumiu-se como o maior estaleiro em todo o Sudoeste do Pacífico. Seguiram-se tempos áureos com a construção de submarinos e barcos de guerra. Até que em 1992, o estaleiro fechou, venderam-se as máquinas e demoliram-se pavilhões. Era o fim de um ciclo. Após 10 anos de abandono, o Sydney Harbour Federation Trust assumiu o comando e deu início a uma profunda e gigante recuperação que culminou com a abertura ao público da Cockatoo Island em 2007. Hoje é possível visitar algumas desses edifícios restaurados e ter uma ideia de como era a vida nesses tempos. A ilha tornou-se um ponto de atracção turística e quem quiser até pode pernoitar, alugando uma das tendas disponíveis ou um apartamento.

Os tempos áureos da II GGM
Uma cábula na lição de História

Marcas do passado

Tão perto e tão longe

Uma sala de aula ao ar livre

Tendas para quem quiser acampar na ilha

Ao mesmo tempo que ia aprendendo mais sobre a história da ilha, fui vendo as obras da Bienal de Sydney. Duas realidades tão distintas. O passado e o contemporâneo ali, lado a lado, unidos pela arte. Somos esmagados pela dimensão física dos espaços e até das próprias criações. Tudo nos parece ampliado. Estamos 'presos' na ilha e cada um faz o seu percurso. O silêncio só é quebrado pelo barulho das gaivotas mas até elas se calam a partir de um determinado momento. Quanto à bienal em si, gostei de uns, não percebi o objectivo de outros, diverti-me com alguns. Já todos sabemos que a arte é subjectiva.

Lado a lado

No mesmo espaço convivem duas realidades tão diferentes

Tamanho XXL

A arte não é para perceber...

Somos mesmo pequeninos

O comboio da GOOGLE

Em nota de rodapé fica a explicação que devia ter vindo logo no início do post. Cockatoo Island porque a ilha era o habitat de muitas catatuas de crista amarela. Curiosamente, não vi nenhuma por lá...

See you soon! 

1 comentário:

  1. Uma lição de história apresentada não de uma forma "condensada" mas, como sempre fazes tão bem, retirando o essencial (por vezes o mais simples), com uma opinião não muito marcada, mas que traduz o teu sentimento. Claro que a qualidade as fotos ajuda o leitor a viajar e compreender melhor o que descreves. Gostei particularmente da foto da Bienal de Sidney: "YOU CAN CREATE WHAT YOU WILL", tantos pormenores em volta: as gaivotas, o verde, o carrinho de bebé (?), a google...
    Adoro estes momentos em que passeio contigo, mesmo estando deste outro lado do Mundo.

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