quarta-feira, 19 de março de 2014

Regresso a Newtown

Nunca vemos tudo quando passeamos por algum sítio. Fica sempre algo que, mais cedo ou mais tarde, acaba por ditar o nosso regresso. Foi precisamente isso que aconteceu comigo e Newtown. A primeira visita foi há pouco tempo mas resolvi que hoje era dia de (re)ver a área. Porquê? Porque falhei um ponto de interesse bastante importante na anterior passagem: o Camperdown Cemetery. É mais um museu a céu aberto.
Fundando em 1848, foi encerrado em 1867 depois de cerca de 16.000 a 18.000 pessoas aí terem sido enterradas, muitas em valas comuns clandestinas. Foi a última morada para muitos presos, marinheiros, sem abrigos, crianças, pessoas sem família e dinheiro. Não há registos que permitam dizer o número preciso.

Vamos entrar...

St. Stephen's Anglican Church

Domingo é dia de visita com guia por 10 dólares

O abandono é notório. Muitas campas estão a cair, outras já caíram e reparei que algumas lápides estavam encostadas ao muro traseiro. Só soube depois o motivo. Originalmente o cemitério ocupava 12 hectares e meio de terreno mas em 1948 ficou resumido a apenas um quarto. Os restantes três quartos foram transformados, por ordem da autarquia, num parque - o Camperdown Memorial Rest Park, inaugurado em 1951. Todas as lápides da zona destinada ao parque foram retiradas, umas foram colocadas junto ao muro onde eu as vi mas outras acabaram por ficar danificadas ou até mesmo desaparecerem. Dizem que apenas as lápides foram removidas e que os mortos continuam enterrados no mesmo sítio, agora sob o Camperdown Memorial Rest Park.

Símbolos do passado

As lápides transferidas
A falta de preservação era bem visível

Enquanto por lá andei a fotografar, não estive sozinha. Espalhadas pelo cemitério, algumas pessoas desenhavam o mundo à sua volta.

Uma aula ao ar livre

 O que estaria a desenhar?

No regresso a casa, houve tempo para nova descoberta. Um outro sítio de interesse que também me tinha falhado anteriormente: West Juliett. A pausa para o almoço era mais do que merecida e o relógio marcavas as 13h. Estava na hora. Como vem sendo hábito, a maior dificuldade é escolher. Desta vez, resolvi fugir às tradicionais sanduíches e saladas. Optei por uma french toast com pêssegos grelhados, ricota e caramelo salgado. Para acompanhar, um sumo natural de ananás, maçã, manjericão e lima.  

Delicioso

Ambiente tranquilo, atendimento simpático

See you soon!


1 comentário:

  1. Um pouco de história, associamos a um cemitério um ambiente melancólico, triste... Mesmo assim, as pessoas encaram com naturalidade e aproveitam o espaço para se inspirarem...
    A ementa parece-me uma combinação perfeita e deliciosa. Caramelo salgado, nunca ouvi falar...Mas esse é o almoço? Até para mim, parece-me muito pouca comida para um almoço... Não era esperado ser um lanche? Beijo

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