quarta-feira, 5 de março de 2014

(Re)Adaptações

Hoje vamos fazer uma pausa nos mercados, nas praias e nos passeios por Sydney. Este post vai ser sobre mim. Não fechem já a página, sffv! Não se preocupem porque não vos vou maçar com dúvidas existencialistas.
A verdade é que desde que aterrei na terra dos cangurus, houve pequenas coisas que mudaram. Nada de radical ou definitivo como pintar o cabelo ou fazer (mais) uma tatuagem. Refiro-me a pequenos detalhes, como sejam novos hábitos, gostos e ritmos que primeiro estranhei e depois interiorizei naturalmente.


Desde há duas semanas que o despertador toca todos os dias há 7:30h e salto da cama para caminhar 6 km no parque, ao lado de casa. Não custa nada (a sério) e fico com energia redobrada para o resto do dia. A essa hora anda imensa gente por lá e há rostos que se tornaram familiares, de tal forma que alguns 'Good morning' são trocados. Enquanto uns pedalam, outros passeiam os cães e outros, como eu, andam. Também há os que correm e eu até experimentei mas percebi rapidamente que não sou uma pessoa de corridas. As manhãs de sábado são as mais concorridas. Pequenos e graúdos 'invadem' o parque para jogar críquete e futebol, sempre com o apoio da família.
Menos fácil foi a adaptação aos horários do quotidiano. Passo a explicar. É estranho chegar a um café às 16h e dar com o nariz na porta porque ele (e os outros) encerram às 15h. Querer ir a um museu e ter de entrar até às 17h ou voltar no dia seguinte. Mas o mais esquisito ainda é jantar entre as 18h30 e as 19h.  O meu estômago ainda não 'encaixou' muito bem essa nova realidade.
Na vertente alimentar não tenho razões de queixa. Descobri os maracujás 'gigantes' e os espinafres ingleses. O ruibarbo abunda e posso por isso experimentar receitas sem ter ninguém a questionar-me (ouviste mãe?). Os iogurtes são óptimos, ainda que sejam todos fat free (magros) ou full cream (gordos) e nunca menos do que 150g. Estou satisfeita mas sinto falta de uma coisa... Sim, isso mesmo. O meu prato de N#st#n Mel ao domingo à noite! Se soubessem como penso nele. Os australianos nem imaginam o que andam a perder. 
Nas estradas ainda me esqueço da mania 'aussie' de conduzir pela esquerda. De vez em quando lá olho para o lado errado e atravesso a rua sem me aperceber do carro. Até nos meus passeios matinais sou 'obrigada' a circular pelo lado esquerdo da via e a ceder prioridade aos ciclistas. 


Estas e outras (re)adaptações fazem parte de quem muda de cidade, país, continente e hemisfério. São elas que nos fazem viver a cem por cento a experiência da mudança e que nos ajudam a criar estórias nos sítios por onde passamos. Aos poucos fui fazendo alguns ajustes aqui e ali. A rotina foi-se instalando e agora tudo acontece com mais naturalidade. Estou certa de que daqui por uns tempos, terei mais novidades e não me esquecerei de as mencionar aqui. 
Até lá vão lendo as minhas descobertas.

See you soon!

2 comentários:

  1. Prima, acredito no que dizes! Saber (Re)adaptar é importante. Saber recomeçar, as vezes que forem precisas. Reagir ás reviravoltas que a vida nos traz. Pareces feliz com esta reviravolta, parece que te sentes tranquila e a aceitar o vira que vira da vida com naturalidade. Espero que energias boas estejam contigo nos próximos tempos e que aconteçam maravilhas na tua vida. Beijo

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  2. Mão cheia de cultura australiana graças a ti amiga! mais uma vez obg por tudo que partilhas.
    Quanto a ti, com calma e sabedoria tudo se vai encaixar na tua vida, estas a adaptar te bem e estou mt feliz de te saber tão bem, continua amiga, positiva, tranquila e agradecida, beijinhos e até breve

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