Às vezes é mesmo assim

Numa das minhas pesquisas pela internet para saber o que se passa em Sydney, descobri o StreeFest - Food Trucks United. Comida de rua (roulotes), música, bebida, arte e boa disposição reunidas num só evento ao ar livre, na primeira sexta-feira de cada mês. Claro que nem pensei duas vezes, os planos para 7 de Março estavam feitos.

O evento é promovido pela associação de 'carrinhas' de comida

Hora prevista para começar 17h, para terminar 22h. Sim, é um pouco cedo para nós mas vão-se habituando aos horários australianos. O local escolhido foi o Belmore Park, um parque pequeno mas agradável, perto da estação Central, ou seja, uma zona de passagem e muito movimentada ao final do dia para quem regressa a casa. 

A 'enchente'  foi rápida

O sentido prático dos 'aussies' está sempre presente. Um espaço verde pequeno, umas quantas roulotes dispostas em (semi) círculo, um dj, alguns artistas a trabalhar ao vivo, uma área livre para a malta se sentar e está criado o ambiente. Nada mais simples.

As roulotes estiveram sempre cheias de movimento 

Jovens artistas a mostrar o seu trabalho

 

Ponto de encontro para amigos, programa em família para outros, foram muitas as pessoas que se foram juntando. Cada um comprava o que mais lhe agradava e depois sentavam-se onde houvesse um espaço livre. A dada altura até os bancos do jardim estavam todos preenchidos.

Para comer, não faltavam opções: hambúrgueres veggies e tradicionais, saladas, tacos, gözlemes (crepes turcos), sandwiches à moda asiática, gelados e muito mais. Era engraçado ver tantas e tão variadas cozinhas reunidas. O vegetariano, o orgânico, o asiático, o mexicano, o turco, o nepalês e outros, todos juntos num espaço tão pequeno. 

 

Os mexicanos da Cantina Movil

O estilo americano

A carrinha dos gelados

Os japoneses do Tsuru foram muito concorridos

A roulote dos Agapé Organic

Até houve limonada

Os vegetarianos do Veggie Patch

A escolha recaiu num hambúrguer veggie de feta, com beterraba, rúcula e cebola caramelizada. Óptimo aspecto, um cheirinho maravilhoso e à primeira trincadela... Raios! Tinha pimenta e não estava escrito. Meio litro de água depois, ainda mal dizia a minha sorte. Procurei consolo num gelado mas quando me dirige à carrinha, informaram-me simpaticamente que a máquina tinha acabado de avariar. Já estavam a tentar resolver o problema mas não sabiam quando ou se iriam conseguir. Como tinha fome, era preciso voltar ao ataque mas desta vez sem correr riscos. 'Is it spicy?' Foi a pergunta da noite. As sandwiches asiáticas sim mas o crepes turcos não. Sai um gözleme de cogumelos, espinafres e queijo, com sumo de lima. Um manjar dos deuses, é só o que tenho para vos dizer.

O hambúrguer da desilusão

Gözleme - o crepe turco

As surpresas da noite ainda não tinham terminado. Ao dar um passeio pelo parque, vi uma movimentação suspeita na relva. Um esquilo, pensei. Novo movimento e desta vez o protagonista assumiu-se: um rato. Olhei para outro lado, outro rato e mais outro e mais outro e mais outro. Deixei de contar à meia dúzia, dei meia volta e voltámos para perto do recinto. Do outro lado do passeio, mais um roedor a correr para o caixote do lixo e ali perto duas amigas sentadas na relva, comiam e conversavam, enquanto outro passava por trás. Ninguém gritou, ninguém fugiu. A calma australiana mais uma vez a vir ao de cima. (Não há fotografias porque era de noite e eles mexiam-se bem).

Já passava das 22h quando viemos embora mas a festa ainda estava para continuar.

Houve quem fosse de bicicleta

  

No regresso a casa, mais uma surpresa. Ao passar junto à estação Central, quem é que eu encontro? O 'nosso' Infante D. Henrique. Às vezes é mesmo assim, tudo pode acontecer.

Homenagem ao Infante D. Henrique

 

See you soon!