sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

De ferry até Manly

O dia amanheceu solarengo e com o céu azul, a temperatura era amena. Estavam reunidas as condições ideias para um passeio de ferry.
Apanhámos o barco em Circular Quay com destino a Manly, para uma viagem de 30'. Claro que assim que as portas se abriram toda a gente procurou os melhores lugares, entenda-se o exterior da embarcação, para poder tirar a fotografia ideal. Não é todos os dias que podemos ver a Ópera de Sydney, a Harbour Bridge e a cidade daquela perspectiva. 

O centro financeiro de Sydney em pano de fundo.

Harbour Bridge.

A meio da viagem tornou-se complicado tirar fotografias, mais concretamente quando passámos próximo da zona onde o mar entra na baía de Sydney. O barco começou a balançar com a ondulação e não foi nada fácil manter o equilíbrio para quem ia de pé e queria fotografar (como eu). As nuvens resolveram aparecer e o vento começou a soprar. O cenário ideal!

Não houve enjoos.

À hora prevista o Lady Northcott atracou. Era tempo de descobrir mais um bocadinho de Sydney. 
Como não podia deixar de ser, a área é conhecida pelas suas praias e é um destino muito procurado por turistas e surfistas. A ligar o cais de Manly à praia com o mesmo nome está o Corso, uma praça que funciona ao mesmo tempo como uma das ruas pedonais mais movimentadas, por causa dos seus muitos cafés, esplanadas e lojas.

A Câmara Municipal de Manly.

O movimento nos cafés é constante.

Muita gente nas ruas.

Perspectiva do Corso.

Junto à praia encontramos uma imensa mancha verde, que acompanha toda a extensão do areal. Uns optam pela manta na relva e a sombra de um enorme pinheiro manso. Ali ao lado, outros estendem a toalha na areia e apanham sol. E outros ainda preferem almoçar e apreciar as vistas sentados à beira mar ou no banco do jardim. Há gostos para tudo...

Praia e campo lado a lado.

As gaivotas auto convidaram-se para o almoço.

Guarda sois nem vê-los!

Um guarda sol natural!

Para almoçar, procurámos um sítio calmo e com sombra. 'Tropeçámos' no Insitu Restaurant Bar e resolvemos arriscar. Tinha uma esplanada interior e o menú era agradável. Não nos arrependemos.

Um almoço tardio com direito a sossego.

Ciabatta barrada com azeite para molhar em vinagre balsâmico e especiarias.
Hambúrguer veggie com queijo halloumi e salada de rúcula, parmesão e pinhões.

Refresco de frutos vermelhos e hortelã.

Latte.

O fim da tarde trouxe as nuvens escuras, o vento e a ameaça da chuva. Enquanto na praia uns se preparavam para apanhar umas ondas, outros apanhavam o ferry de regresso a Sydney.

Os surfistas preparavam-se para entrar no mar.
 
O cais de Manly.


A má cara do tempo não afastou ninguém do exterior do barco.

A entrada do mar na baía de Sydney.

A 'bela' da vista.
 
E para que conste, a chuva sempre apareceu e acompanhada de trovoada. 

See you soon!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O mural português

Por estas bandas, Petersham é sinónimo de Portugal. Foi neste bairro, a 6 km do centro da cidade, que a comunidade lusa se instalou e criou raízes. Na rua, aqui e ali ouvem-se conversas na língua de Camões e, como não podia deixar de ser, os negócios locais também têm pronúncia portuguesa (tema para um outro post).
A marca mais colorida da presença tuga é, no entanto, um mural em cerâmica (30mx3m + 17mx4m), na Audley Street, da autoria de Luís Geraldes.

O painel é composto por uma parte com 17 metros de comprimento.
 
E outra com 30 metros...


Segundo me informei, a obra intitula-se 'Fragile World in Constant Expansion' (O frágil mundo em constante expansão). É constituída por 8 mil azulejos e levou cerca de um ano a ficar pronta.
A área com 30m de comprimento foi inaugurada em 2002, pelo então presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio. A inauguração da segunda parte tem a assinatura do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga.

Direito a inauguração presidencial.
 
Pormenor do painel.

 Como sempre acontece, as opiniões dividem-se. Uns gostam, outros não...




 See you soon!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

The Grumpy Barista

Sydney é famosa pelos seus cafés. Na centro da cidade, nos subúrbios, junto às praias, por todo o lado encontramos pequenas cafetarias com uma decoração cuidada, menus apetitosos e cheias de gente. Podemos mesmo falar de uma cultura de cafés fortemente enraizada na sociedade mas atenção porque o conceito 'aussie' de café nada tem a ver com o nosso. 
Uma destas tardes fui conhecer um desses espaços. O meu eleito foi o The Grumpy Barista, em Petershamp.

The Grumpy Barista.

O espaço é pequeno mas acolhedor.

Cheguei por volta das 14h com a ideia de beber um café (por aqui diz-se expresso). Entrei e reparei no horário: 7h-15h. Fiquei admirada por fechar tão cedo mas explicaram-me que é o normal nos subúrbios. No centro é mais comum encerrarem às 16h, 17h no máximo. A 'hora de ponta' começa às 9h, quando a malta vem buscar o cappuccino ou o latte para beber a caminho do emprego e termina por volta das 14h, quando os almoços (uma sandes ou uma salda e um sumo ou um cappuccino) deixam de ter procura. 

Take away personalizado.

Detalhes da decoração.

Um vaso reciclado e o menú.

Acabei por esquecer o café e optei por um cappuccino (como diz o povo, em Roma sê romano) e uma fatia de tarte caseira com compota, feita pela avó de uma das empregadas. A conta? Por um cappuccino normal paguei 3,5 dólares e pela gulodice 4,5 dólares. Valores normais para a zona (subúrbios). 

A escolha acertada!

Seen you soon!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

NSW Food and Wine Festival

No último domingo do Verão australiano (dia 1 de Março começa o Outono), o destino foi o Sydney Cellar Door (pode traduzir-se por A porta da adega de Sydney), no Hyde Park. O evento que marcou o arranque do New Sound Wales Food and Wine Festival (21 de Fevereiro a 21 de Março), terminava nesse dia e a oportunidade não podia ser desperdiçada.
Ao longo de 3 dias, cerca de 70 produtores de vinho do estado de Nova Gales do Sul deram a conhecer as suas produções a todos os que quiseram marcar presença. Foi engraçado observar a 'miscelânea' de raças, estilos, idades que por ali circulavam. Lado a lado famílias, casais, amigos, novos e crescidos, todos conviviam e aproveitavam ao máximo o ambiente.

Por 25 dólares tínhamos direito a um copo e à prova de 5 vinhos.


Simplesmente aproveitar o melhor da vida!

Onde se bebe também se come e alguns restaurantes da cidade associaram-se à festa. A oferta era variada e apelativa: pizzas italianas em forno de lenha, marisco, suchi, enchidos e queijos, hambúrgueres, saladas, sandes... A minha escolha acabou por recair num hambúrguer de carne wagyu com queijo, rúcula, beterraba e molho de tomate. Muito bom! Era enorme mas ainda ficou um espacinho para a sobremesa: um gelado de morando delicioso.

O prato principal...
e a sobremesa!

O almoço foi servido numa mini 'esplanada' com cadeiras e mesas brancas de madeira, a sombra era partilhada entre um guarda-sol e as enormes árvores que abundam em Hyde Park. A música não podia deixar de estar presente, por isso comemos ao som de jazz ao vivo. Há melhor?

A hora do almoço foi concorrida.

O sol e o céu azul também marcaram presença.

As portas fecharam às 18h (é cedo mas aqui janta-se às 19h).

O festival prolonga-se até ao dia 21 de Março com outras actividades. No próximo sábado os vinhos vão marcar presença no The Sydney Morning Herald Growers' Market (vou tentar ir). Trata-se de um mercado ao ar livre no parque da baía de Pyrmont que se realiza no primeiro sábado de cada mês. Ao longo dos 30 dias de NWS Food and Wine Festival também é possível fazer um brunch, almoçar, lanchar ou jantar nos restaurantes, cafés e bares que se associaram ao evento e criaram menus especiais para a ocasião.

See you soon!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Episódios do quotidiano (II)

Um dos ícones australianos mais famosos e que enche de orgulho a nação é o Hills hoist. É raro (muito mesmo) o jardim ou quintal (ambos relvados, sempre) onde não existe um exemplar daquela que é apontada como uma das mais reconhecidas invenções por estas bandas. Trata-se de um estendal com altura ajustável, rotativo e várias cordas, criado pelo senhor Lance Hill e produzido em Adelaide, desde 1945.

São poucas as casas australianas e neozelandesas sem um Hills hoist.
O Hills hoist é de tal forma estimado pelos 'aussies' que é apresentado como tesouro nacional pela Biblioteca Nacional da Austrália e integra a lista das melhores invenções australianas do século do Powerhouse Museum, em Sydney.

Cada 'braço' é fechado manualmente e de forma individual.

See you soon!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sydney Markets (II)

Sábado foi dia de regresso aos mercados. Era necessário reabastecer a dispensa, por isso a manhã foi dedicada à compra de fruta e legumes. A escolha recaiu sobre Sydney Markets para que eu pudesse (re)ver o espaço em pleno funcionamento e sem a confusão da última visita.
Chegámos por volta das 10h30 e encontrar uma vaga no parque de estacionamento não foi nada fácil. Havia imensos carros, alguns estacionados nos passeios, e só se viam pessoas a empurrar carrinhos com caixas e mais caixas de fruta e vegetais. Depois de algumas voltas, tivemos sorte. Percebemos que um senhor ia sair e ele percebeu que o tínhamos visto, por isso guardou-nos o lugar até conseguirmos chegar. A simpatia australiana no seu melhor estilo.
Entrámos no pavilhão e era a confusão geral. Por todo o lado havia gente, bancas e mais bancas cheias de caixas com fruta e legumes que na maioria das vezes pertenciam a asiáticos (quem mais?). E se nas feiras em Portugal nos fartamos de ouvir frases como 'É tudo a 5 eurinhos. Venha menina e escolha. É barato e bom', por aqui utiliza-se simplesmente '3 dolar, 3 dolar' (lê-se tri dolar). 


A clientela é muito diversificada e étnica porque o mercado é procurado sobretudo por emigrantes (mais uma vez os asiáticos aparecem em maior número). Mas também se encontram australianos aqui e ali dos dois lados da banca, a comprar e a vender.









A oferta era grande, variada e reflectia o gosto de quem comprava. Em algumas zonas, as bancas só tinham produtos de origem asiática (legumes e frutos cujo nome desconheço por completo) e a procura era quase exclusiva deles. Noutras áreas, o mesmo cenário mas agora os protagonistas eram árabes e muçulmanos. 




Caricato era a forma como transportavam as compras. Estavam disponíveis carrinhos, como os dos supermercados, só que em vez da moeda de 1 euro tinham de deixar uma nota de 10 dolares. Uma opção nada apetecível. Em alternativa, muitas pessoas (incluindo nós) levam de casa uns carrinhos (parecidos com os utilizados para transportar as botijas de gás) e depois usam uma caixa vazia que encontram lá, onde vão colocando os sacos. O mais curioso é que os carrinhos que habitualmente se vêem Portugal nos mercados e feiras são utilizados aqui por quem não tem carro próprio e foi ao mercado de comboio, como é o caso dos emigrantes recém chegados que ainda não ganham o suficiente para comprar um. Na prática, os 'nossos carrinhos individuais de compras' são um sinal de pouca prosperidade financeira.   


See you soon!