quinta-feira, 8 de maio de 2014

O regresso a terras lusas

Era suposto este post, o último, ter sido escrito ainda em Sydney, no dia 6. Mas e comigo há sempre um (grande) mas, não foi possível. Atrasos a fazer as malas (falta de espaço), despedidas de últimas hora e um barbacue com direito a t-bone, no último almoço em terras dos cangurus, acabaram por alterar os meus planos. O tempo voou e quando olhei para o relógio estava na hora de ir. 
Durante o trajecto para o aeroporto, recordei o dia em que cheguei (8 de Fevereiro) e as muitas dúvidas que tinha. Tudo era novo, diferente, desconhecido. Na bagagem vinham muitos sonhos, alguns planos e poucas certezas. Ao longo de 3 meses, vivi ao máximo a minha aventura, com altos e baixos próprios de quem corre riscos (ainda que calculados).
Não alcancei a meta estabelecida mas valeu a pena cada dia, cada momento que passei em Sydney. Alarguei os meus horizontes, confirmei as minhas 'suspeitas' de que há muito mundo para descobrir. Fiquei a conhecer-me melhor, aprendi a lidar com situações e emoções, arrisquei. Se gostei de tudo? Claro que não mas o balanço é tem de ser positivo, não há outra hipótese. Acreditei, lutei, experimentei, ri, chorei, provei...
A todos os que receberam os meus postais e os leram com gosto (espero eu), o meu obrigada. Foi bom enquanto durou.

Até breve!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Sydney Tower Eye

Uma última visita à cidade, uma última olhadela. Vamos fazê-lo com estilo e sair pela porta grande, por isso há que subir à Sydney Tower e ver as vistas. Dito e feito em vésperas da partida ou do regresso, depende da perspectiva.
Os seus 309 metros fazem dela a 38.ª torre mais alta do mundo. A estrutura no topo alberga dois restaurantes, um 'coffe lounge', uma espécie de varanda exterior bem como sistemas de telecomunicações. Tudo isto distribuído ao longo de 3 níveis. O nosso bilhete (o mais simples) só dá acesso à zona do 'coffee lounge', toda envidraçada.  Para mim foi suficiente... 

Sydney Tower - a torre mais alta de Sydney e a 38.ª mais alta do mundo

Antes da subida há tempo para descobrir factos e curiosidade

Paragem: 'Coffee lounge'

Já tinha sido desafiada para subir à torre mas por algum motivo não se tinha proporcionado. Agora percebo o porquê. Esta foi a altura ideal para o fazer. Foi engraçado ver e identificar os sítios que conheci, os edifícios onde entrei, as ruas por onde andei. Fez sentido observar aquele puzzle gigante e saber o que era o quê. 

Ao fundo 'The Gap'

O centro financeiro e a Harbour Bridge

St. Mary's Cathedral, Hyde Park e a Sydney Tower (pelo menos, a sombra dela)

Tudo tem o seu tempo...

See you soon!

domingo, 4 de maio de 2014

Bondi Market

Vira o disco e toca o mesmo. Um dia temos chuva, outro sol e assim se resume um fim-de-semana. Sábado acordou molhado e ventoso, vestiu-se de cinzento e  apresentou-se com temperaturas (baixas) pouco apelativas para quem andava na rua. Hoje o cenário foi outro. Domingo amanheceu radioso, com um sol brilhante e nem uma nuvem no céu. Só foi chato o vento forte que se fazia sentir mas nem isso nos impediu de sair de casa. 
Aproveitando a ocasião e o bom tempo, rumámos a Bondi Beach para uma visita ao Bondi Market. A primeira tentativa para conhecer o mercado, há cerca de um mês, não tinha tido grande sucesso, uma vez que a chuvada desse Domingo nem sequer nos deixou sair do carro. Hoje o panorama era bem diferente. Ao longe já se viam as barracas no pátio da escola primária pública de Bondi e o movimento, ao final da manhã, era grande. 

Vamos a isso!

Direccionado para roupa, bijutaria e acessórios, o mercado acaba por ser uma mistura de artigos em segunda mão, peças vintage e marcas em início de carreira (algumas locais). Claro que também há espaço para mobiliário, livros, discos e um pouco de imaginação à mistura. Uns conheciam bem os cantos à casa, outros faziam a sua estreia. Todos iam espreitando aqui e ali, uns paravam para ver e experimentar, outros perguntavam preços e alguns metiam conversa. À minha frente uma paisagem muito sui generis: famílias e casais, mães e filhas, casacos e botas, chinelos e t-shirts. Era aquela mistura de gentes tão comum nas ruas de Sydney, a que me habituei nos últimos meses.

As boas vindas

Frio e calor, cada um sabe de si

Vasos originais

É preciso escolher o melhor espaço

As flores têm sempre muita procura
 
Deixámos o mercado para trás e fomos ver as vistas, desta vez do lado norte da praia. Não nos arrependemos... Valeu a pena suportar a ventania.

Apesar do forte vento, houve tempo para contemplar a paisagem

Ao fundo Bronte e o cemitário

A praia de Bondi vista do lado norte

À medida que o dia da partida se aproxima e (re)vejo alguns sítios, continuo a fazer descobertas. Gosto disso! É sinal de que ainda há muito mais para conhecer por aqui e por aí...

See you soon!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cockatoo Island

O lema do dia? Dois por um! Com uma visita à Cockatoo Island fiquei a conhecer a ilha e vi mais um pouco da Bienal de Sydney. E desta vez não houve surpresas temporais. Acordei com sol, saí de casa com sol, passeei com sol e regressei com sol. A temperatura era amena, ideal para andar na rua.  
Apanhei o comboio até Circular Quay e depois o ferry, especialmente criado para a Bienal. A viagem de 15 minutos foi tranquila, apesar dos balanços que devem ter mexido um pouco com os estômagos mais sensíveis. Depois de ter atravessado a Harbour Bridge de carro e a pé, hoje passei por baixo.

O centro financeiro de Sydney em pano de fundo

Passar por baixo da Harbour Bridge foi uma estreia

Património mundial de UNESCO desde 2010, a Cockatoo Island é a maior ilha do porto de Sydney. Entre 1839 e 1870, funcionou como estabelecimento penal para os condenados que tinham voltado a cometer crimes na colónia. Entre 1850 e 1870, a ilha transformou-se num estaleiro naval, com recurso à mão-de-obra dos condenados para erguer as infra-estruturas e trabalhar nelas. Depois da saída dos presos da ilha (1870-1880) foi feita uma forte aposta na indústria naval, que permitiu à ilha ser reconhecida como o estaleiro da marinha da Commonwealth em 1913. 

Em tempos foi o maior e mais importante estaleiro da Commonwealth
Hoje é um dos palcos da 19.ª Bienal de Sydney

Durante a II GGM, assumiu-se como o maior estaleiro em todo o Sudoeste do Pacífico. Seguiram-se tempos áureos com a construção de submarinos e barcos de guerra. Até que em 1992, o estaleiro fechou, venderam-se as máquinas e demoliram-se pavilhões. Era o fim de um ciclo. Após 10 anos de abandono, o Sydney Harbour Federation Trust assumiu o comando e deu início a uma profunda e gigante recuperação que culminou com a abertura ao público da Cockatoo Island em 2007. Hoje é possível visitar algumas desses edifícios restaurados e ter uma ideia de como era a vida nesses tempos. A ilha tornou-se um ponto de atracção turística e quem quiser até pode pernoitar, alugando uma das tendas disponíveis ou um apartamento.

Os tempos áureos da II GGM
Uma cábula na lição de História

Marcas do passado

Tão perto e tão longe

Uma sala de aula ao ar livre

Tendas para quem quiser acampar na ilha

Ao mesmo tempo que ia aprendendo mais sobre a história da ilha, fui vendo as obras da Bienal de Sydney. Duas realidades tão distintas. O passado e o contemporâneo ali, lado a lado, unidos pela arte. Somos esmagados pela dimensão física dos espaços e até das próprias criações. Tudo nos parece ampliado. Estamos 'presos' na ilha e cada um faz o seu percurso. O silêncio só é quebrado pelo barulho das gaivotas mas até elas se calam a partir de um determinado momento. Quanto à bienal em si, gostei de uns, não percebi o objectivo de outros, diverti-me com alguns. Já todos sabemos que a arte é subjectiva.

Lado a lado

No mesmo espaço convivem duas realidades tão diferentes

Tamanho XXL

A arte não é para perceber...

Somos mesmo pequeninos

O comboio da GOOGLE

Em nota de rodapé fica a explicação que devia ter vindo logo no início do post. Cockatoo Island porque a ilha era o habitat de muitas catatuas de crista amarela. Curiosamente, não vi nenhuma por lá...

See you soon! 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

The Pig & Pastry

O tempo voltou a fazer das suas e pregou-me (mais) uma partida. A meteorologia previa chuva para hoje... É um facto que choveu de manhã, por volta das 7h30, precisamente quando me ia levantar para caminhar. Deixei-me ficar na cama, convencida de que seria um dia perdido mas como é habitual por aqui a inconstância temporal voltou a manifestar-se. Afinal, o dia inicialmente chuvoso transformou-se num dia solarengo e bastante primaveril. 
Sem planos para passeios (para quê se ia chover) e depois de uma visita ao supermercado para abastecer a dispensa, a tarde tinha de ser bem aproveitada. Onde? Como? Não é nada fácil, se tivermos em consideração que a maioria dos cafés fecha às 15h, anoitece por volta das 17h30 e nem pensar enfiar-me num centro comercial. 'Café' com direito a bolo?! Se bem pensado, melhor feito. O sítio? The Pig & Pastry Cafe, em Petersham, onde almocei há uns tempos atrás. Penso que alguns se devem recordar de uma certa fatia de bolo de ricota e uvas.

Welcome

Aquando da primeira visita chovia, hoje estava sol e a luz natural que entrava pelas janelas iluminava o espaço dando-lhe um toque especial. O ambiente era ainda mais tranquilo do que eu me lembrava, mesmo que logo à entrada estivesse uma mesa cheia de jovens mães com os seus rebentos, em amena confraternização. Informaram-nos que a cozinha já estava fechada (15h) e que só podíamos escolher da montra. Não havia problema porque estávamos ali pela sobremesa e não para almoçar. 

Grupo de mamãs em ameno convívio

Aproveitar o momento

Decoração simples e confortável

Detalhes

Dois cappuccinos, uma fatia de bolo de limão e uma fatia de tarte de ameixa. Escolhemos uma mesa a um canto, onde pudemos saborear tranquilamente o nosso pedido. O meu bolo de limão sabia mesmo a limão, tinha aquele ar de bolo das mães e era húmido como eu gosto. A tarde de ameixa também boa mas como não sou grande apreciadora de massa folhada, não me enchia as medidas. 

Bolo de limão e tarte de ameixa

Cappuccino... já não passo sem ele

À nossa volta, as mesas iam ficando vazias. Há muito que terminara a hora de almoço para os australianos e quem permanecia, aproveitava para conversar e conviver.  Ninguém parecia ter pressas. Entre uma garfada e outra, piadas, frases soltas e sorrisos, uma hora passou a correr e eles iam fechar. Saímos, tirei uma última fotografia e pensei que era, muito provavelmente, a última visita.  

Destino?

Gosto de voltar onde me sinto bem... 

See you soon!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Balmain

Um céu azulão e um sol radioso apresentaram-se ao serviço esta manhã. A temperatura era amena e convidava a um passeio. O cenário de um típico dia de Primavera, não fosse dar-se o caso de por aqui estarmos no Outuno (avançado). Claro que não podia ficar em casa, tinha de arranjar um plano, por isso dei uma olhadela aos mapas e guias espalhados pelo quarto. Não foi preciso muito tempo para saber o destino, Balmain.
A 6 quilómetros do centro da cidade, este subúrbio de Sydney fica na península de Balmain e é vizinho de Rozelle, por onde andei há umas semana atrás. Tratando-se de uma zona antiga, é fácil perceber o porquê de tantos edifícios antigos devidamente preservados e hoje considerados património. À medida que percorremos a Darling Street, a principal rua, vemos muitos desses marcos históricos e se uns mantêm as funções iniciais outros são agora morada de cafés, restaurantes, lojas. Contaram-me que a população local se opôs fortemente às tentativas de derrubar alguns desses edifícios para construir centros comerciais e blocos de habitação. 
 
Dois em um: o posto dos correios à esquerda e o tribunal à direita

Balmain working man's institute

West Banc

O quartel dos bombeiros


Fachadas originais preservadas

O passado bem presente

Um dos principais meios de transporte utilizado pelos locais é o ferry, por isso são 3 os cais por onde passam as embarcações que fazem a ligação a Circular Quay e a Darling Harbour. Depois de de percorrer a Darling Street chegámos ao Balmain East Wharf. Um pequeno cais, uma grande vista da cidade e mais uma perspectiva da Harbour bridge. 

Não estava a exagerar, o cais é mesmo pequeno

O centro financeiro de Sydney

Harbour bridge

A paragem seguinte foi no Thames St. Wharf. Igualmente pequeno, este cais tinha um extra: a estrutura inicial para os passageiros se protegerem enquanto esperavam ainda lá está. 

A 'paragem' do ferry original (1895)

A Harbour bridge agora mais afastada

A vizinhança do cais

A manhã tinha passado a correr e a hora de almoço aproximava-se. Regressámos à Darling Street e demos uma volta a ver se alguma coisa ou algum sítio chamava a nossa atenção. O que acabou por acontecer quando uma bonita esplanada razoavelmente ocupada, com um ambiente tranquilo nos piscou o olho. Entrámos e não nos arrependemos. Casual Mondays de seu nome abriu há dois meses e está instalado no edifício da Balmain Uniting Church, por isso ao fim-de-semana de manhã há culto e catequese antes do café abrir ao público. O mesmo espaço, duas entidades e o mesmo fim, a partilha de bons momentos (digo eu). As nossas escolhas? Para mim, um sumo de laranja e cenoura e um wrap com ovos mexidos, cogumelos e molho de tomate. Ao meu lado, um cappuccino e um muffin de manga e pêssego. A opinião foi unânime: aprovado. Os meus ovos mexidos estavam no ponto, macios como eu gosto. Os cogumelos saborosos e o molho de tomate era qb para dar o toque. 

Casual Mondays cá fora

e lá dentro


A dupla cappuccino e muffin

My lunch
 
Antes do regresso a casa, ainda houve tempo para um 'salto' até Drummoyne, outro subúrbio vizinho. Um cantinho mesmo junto à baía foi o palco escolhido. Dois dedos de conversa, sem pressas e com aquela paisagem, fizeram o resto.

O cenário escolhido depois de almoço

See you soon!